Poluído
Vasco Carvalho
Merda para isto tudo que não é nada!
Se fosse alguma coisa…
Que o é mas não é nada de jeito,
Nem sei o que é.
Só sei que é poluição e mais nada.
E como limpar coisa alguma
Que não sei o que é?
Não sei, e continuo assim:
Desolado, sozinho, coisa nenhuma.
Que tristeza!
Que desgraça!
Mas porque raio é que estou aqui
E assim e vazio como uma praça
Às tantas da manhã?
Mas que manha!
Que se lixe o buraco do ozono!
O meu buraco é bem mais grave!
Um buraco no vazio
Que nem sei se tem solução.
Pior que o vento de Outono,
Só me causa entraves
No que tenho de fazer!
Tira-me o desejo e faz-me perder!
Eu só queria perceber!
Como…
O quê…
Quem…
Onde está…
Quem me dará…
Quem me dera…
Qual “Fogo que arde sem se ver”?
Este vejo eu bem, não com os olhos
Mas com as mãos, e continuo sem perceber.
Até me faz virar contra quem gosto!
E o barulho…
Mesmo o silêncio é insuportável!
Quem me dera sair deste entulho
De porcaria insustentável.
Maravilha o que eu tenho…
Não me faz sentir bem…
Sem…
Cem ou mil ou infinito!
Mas de quê?
@@@