sexta-feira, 19 de janeiro de 2007

Olhar em Frente Pegadas para Trás / Reanimação do meu ser




Reanimação do meu ser
Vasco Carvalho

Cansado da Vida e cansado de estudar
Visto o casaco e calço-me.
Comigo levo os óculos
Pois quero ver bem o que vou observar.

Esta Vale Figueira, que ainda há pouco
Era tão campestre, está cada vez
Mais urbana e cheia de nada…
Como um tronco de árvore ilustre mas oco.

Afasto-me do urbanismo e vou,
Com calma, para uma zona aberta
Com luz e silêncio, zona mais secreta,
E minh’alma acalma aquilo que sou.

Enquanto ando calmamente
Fumo um cigarro que, embora
Mau é bom e vem em boa hora.
“Não há filosofia que valha um cigarro!”

O mundo devia ser todo assim:
Com sons melódicos da Natureza.
Os carros como a água, sem “chinfrim”,
Na estrada, tal rio com a sua correnteza.

À vinda, subo para cima de um muro
Elevando-me do Mundo,
Para respirar o ar dos Deuses.
Ar simples e puro.

Caminho sozinho em cima do betão
Pois, aquele momento tinha que ser
Só meu e para mim, porque senão,
Podia morrer o meu ser.
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